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(Re)Descobrindo a Esquizofrenia

A esquizofrenia foi inicialmente descrita por Emil Kraepelin, em 1893, porém, o termo como conhecemos hoje foi dado pelo psiquiatra Eugene Bleuler, em 1908.

A palavra "esquizofrenia" tem raízes gregas, sendo formada por "esquizo", que significa divisão, e "frenia", que significa mente. Assim, o termo reflete a ideia de uma divisão ou podemos até mesmo dizer, fragmentação da mente.

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Descrição

A esquizofrenia é uma doença mental, geralmente manifesta-se entre os 20 e 30 anos de idade, sendo rara sua ocorrência na infância ou em idosos. O seu diagnóstico é exclusivamente clínico, uma vez que não há testes laboratoriais ou de imagem específicos para confirmá-lo. A distribuição por género indica que há homens do que mulheres mulheres com a doença.

Em Portugal, estima-se que aproximadamente 48 mil pessoas vivam com esquizofrenia. No entanto, cerca de oito mil indivíduos, o que equivale a 16%, não recebem acompanhamento regular nos sistemas de saúde, sejam públicos ou privados. Estes números destacam a importância de garantir um acesso adequado aos cuidados de saúde mental para a população que enfrenta a esquizofrenia.

Fatores

Os motivos por trás da esquizofrenia envolvem, de forma evidente, um componente genético, embora que, por si só não seja o suficiente para desencadear a doença.

Ainda que o fator genético esteja presente, outros elementos ambientais desempenham um papel significativo, embora a sua identificação precisa ainda não tenha sido completamente estabelecida ainda pela comunidade científica.

Cerca de 80% dos casos de esquizofrenia estão associados ao abuso de substâncias como álcool, drogas lícitas e/ou ilícitas. É necessário salientar que esta associação é de natureza consequencial e não causal. É ainda relevante referir nesta âmbito que, indivíduos com esquizofrenia têm uma probabilidade três vezes maior de desenvolver vícios em comparação com a população em geral. Esta complexa interação entre fatores genéticos e ambientais destaca a necessidade de uma abordagem abrangente e individual no tratamento da esquizofrenia.

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Tratamento

Relativamente ao tratamento da esquizofrenia, observa-se que até 10% dos pacientes conseguem alcançar uma recuperação total, enquanto outros 35% enfrentam episódios intermitentes da doença. 
Infelizmente, para 55%, a esquizofrenia assume um curso crónico, sendo necessário um acompanhamento prolongado e contínuo. Embora a incidência da esquizofrenia na população seja relativamente baixa, atingindo apenas 0,57%, os custos associados a esta condição para o Estado e para as entidades privadas, incluindo as famílias e as empresas, totalizam cerca de 436,3 milhões de euros anualmente. Estes dados, foram publicados recentemente no International Journal of Clinical Neurosciences and Mental Health em novembro, destacam não apenas a relevância clínica, mas também o impacto económico desta doença complexa.

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Visão

A esquizofrenia, infelizmente, é frequentemente estereotipada na nossa sociedade, o que contribui para mal-entendidos e estigmas em torno da doença. Muitas vezes, as representações mediáticas e sociais simplificam a esquizofrenia, retratando-a de maneira distorcida e caricatural. Estes estereótipos podem criar falsas impressões, perpetuando o medo e a incompreensão em relação aos doentes que vivem com esta condição.

É importante reconhecer a diversidade dos indivíduos que têm esquizofrenia e entender que cada pessoa enfrenta desafios únicos. Desconstruir estereótipos é fundamental para promover um ambiente mais inclusivo e compassivo, permitindo que as pessoas com esquizofrenia sejam compreendidas e apoiadas de maneira mais empáticas.

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